segunda-feira, 9 de maio de 2011

Casas Verdes


Três iniciativas inovadoras, aqui mesmo no Brasil, mostram o potencial das moradias conectadas com o meio ambiente

Estamos apenas engatinhando. Apesar dos eletrodomésticos e eletrônicos cada vez mais eficientes em consumo de energia, nossas casas ainda estão longe de ser realmente ecológicas. Mas por pouco tempo – não faltam profissionais por aqui empenhados em desenvolver tecnologias verdes. Três projetos nascidos em solo nacional, um deles já em escala comercial, mostram que esse ideal já é viável.

Usina doméstica
Imagine uma casa dotada de 64 painéis solares fixados às paredes, capazes de gerar 100% da energia consumida na casa – e até vender o excedente. Esta é a proposta da Casa Solar Flex, criada em parceria pela USP, Unicamp, UFRJ, UFMG, UFSC e UFRGS. A casa, ainda em fase de projeto, terá sistema de reúso de água e itens de automação residencial inteligentes de fazer inveja aos Jetsons, como persianas reguladas automaticamente de acordo com a luminosidade. As paredes vão reter calor no frio e esfriar o ambiente no verão, e os aparelhos de ar-condicionado só esfriarão os cômodos ocupados.

Integrada ao ambiente
Erguida em 2006 no pátio da Eletrosul, em Florianópolis (SC), em parceria com a UFSC, a Casa Eficiente é uma vitrine de tecnologias de ponta. A construção aproveita as condições climáticas locais, como a radiação solar e os ventos, para gerar energia. Os materiais (madeira, bambu, tijolos e telhas) foram extraídos de fontes renováveis das redondezas, reduzindo o gasto com combustível, enquanto as esquadrias e telhados garantem conforto térmico de maneira natural, eliminando a necessidade de aquecimento elétrico. Para completar, a coleta das chuvas e instalações hidráulicas com dispositivos economizadores proporcionam 54,4% de economia na conta de água.

Ao alcance de todos
A cimenteira Holcim, em parceria com a UFRJ, lançou no ano passado um modelo de moradia popular sustentável: a Minha Casa Holcim. Com 46 m², dispõe de dois quartos, mas há mais quatro configurações possíveis, inclusive com suíte e closet. O pacote completo, vendido nas lojas de material de contrução, custa cerca de R$ 1000 o m² – a primeira capital a receber o produto foi Vitória, no Espírito Santo. O cardápio de inovações inclui um sistema construtivo (blocos de concreto) que dispensa vigas e economiza acabamentos; telhado com isolante térmico; aproveitamento da água da chuva; local para armazenar lixo reciclável e óleo de cozinha usado; e aberturas maiores que favorecem a iluminação natural e a ventilação.

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